sábado, julho 30, 2005

Sin City


Não é o tipo de filme que costumo gostar, mas sobre esse eu quero comentar.
Acho que, pelo fato de ser uma adaptação de quadrinhos, e realmente parecer quadrinhos, traz alguma coisa de realidade para a história. Apesar de isso parecer mais um paradoxo deste blog: uma história em quadrinhos que, por tentar ser fiel à identidade de quadrinhos, parece mais real!!! O modo de agir, andar e falar dos personagens, e principalmente o que dizem, é tão fantasioso que acaba transmitindo uma certa verdade.
O que fica para mim dessa impressão que tive é que, pode ser que não importa muito a realidade em que estamos, mas se estivermos fantasiados dela, tudo parece mais adequado. Não tem problema um cara ficar preso durante anos, ser solto, morrer e suas últimas palavras serem: "An old man dies. A young girl lives. A fair trade. I love you, Nancy", se o contexto dele for ser um personagem do Frank Miller’s Sin City.
Difícil é tentar viver ao estilo Cinderela no mundo do Batman.
Beijos!


quinta-feira, julho 28, 2005

Quer ser feliz? Aliene-se.

Claro! Não é a idéia perfeita? Quem é o gênio aí da modernidade que seria capaz de me dizer que é possível ser feliz só com as coisas simples e corriqueiras da vida capitalista? Casamento, família, dinheiro? Sim, se se tem essas coisas, aí se é inteiramente feliz - mas basta acresecentar a isso uma determinante: não ler jornal, não ver TV, não ouvir rádio.

Sinceramente: a verdade é que a fome da África, as guerras do Oriente Médio e a terrível miséria latino-americana passaram e passam quase que incólumes por gerações e gerações de bons cidadãos de classe média. Existem grandes, belíssimas exceções, que engrandecem a raça humana, mas no fundo eu acho que nós acabamos dizendo "que horror", "que absurdo", fazendo um "tsc-tsc", mas não acabamos agredidos no fundo da nossa consciência com as atrocidades cometidas aqui na minha esquina, na tua esquina, nas nossas esquinas.

Não me digam que "ah, mas nós não pagamos nossos impostos?". Nada seria mais "classe média" do que isso, por favor. Imaginem se, no mundo, todo mundo que pode doasse uma cesta básica, mesmo que para isso sacrificasse algo. A idéia tem a inocência de uma criança de cinco anos e é tão inovadora quanto uma TV preto-e-branco, mas e daí? Os estômagos satisfeitos não se importariam com a maior ou menor sofisticação da idéia que lhes saciou...

Será que nossa alma, nosso coração, estão intrinscamente ligados a uma capacidade de se desprenderem em parte das coisas que acontecem ao nosso redor, e só é assim que podemos nos manter sãos? Será que há um meio termo entre a caridade e o egoísmo, e é aí que nos situamos?
E por quê raios estou falando em "nós", se me refiro a mim? Quanta expiação de culpa, Daniel...

segunda-feira, julho 25, 2005

Os uot-ar-io's

Da esquerda pra direita, de cima para baixo: Felipe, Carol, Dani e eu (o mais forte)

sexta-feira, julho 22, 2005

Cidade Baixa



Três da tarde, Lima e Silva.
Tão acostumada a ver bares e bodeguitas, encontrei-me em uma rua de fruteiras, bancas de revista e escola. Andando no sol para desviar do frio, passam por mim crianças de bicicleta. Elas logo entram na República, onde as pessoas só caminham assobiando.
Quem foi Sofia Veloso?
E por que tantas costureiras?
A que hora começa o filme mesmo?
Meninos apaixonados, vovós e seus poodles, homem dormindo na calçada.
Gostei da tarde, do café, das mensagens de dia do amigo e do filme.

Recomendo Melinda e Melinda – Guion – 16:45.

quinta-feira, julho 21, 2005

O "Pai-de-todos" se levanta

Eu não sou burro, mas meu raciocínio não é dos mais ágeis.

Geralmente demoram alguns minutos para processar uma informação que soou estranha na minha cabeça e rebater numa resposta a altura. Seria um péssimo político, perderia todos os debates.

Ontem tive a prova disso: Numa conversa com meu grande amigo Daniel, chegamos a conclusão que o Brasil, nos moldes em que se encontra, não tem jeito. Daniel afirmou que o estado brasileiro é como um pai de família que tem uma dívida monstruosa a pagar e, assim sendo, nunca poderia se desenvolver de maneira satisfatória.

Inconscientemente percebi algo errado na analogia, mas minha lentidão de raciocínio não permitiu que identificasse na hora qual era o problema. Algumas horas depois concluí que para fazer a analogia do Brasil como pai de família, teríamos que fazer algumas ressalvas.


1) O Brasil não teria uma família normal, com 2 ou 3 filhos. A julgar pelo número de órgãos públicos, o Brasil seria pai de mais ou menos uns 27 filhos. Com o agravante de que esses filhos nunca poderiam se emancipar (serem privatizados), visto que a sociedade acusaria o Pai de estar "vendendo" seus filhos, mesmo que esses já tivessem passado dos trinta.


2) Alguns desses filhos seriam "legítimos bastardos", visto que desviaríam descaradamente o salário (tributos) do paí em benefício próprio. E, se num momento de desespero, o pai pensasse em matar (dissolver) o próprio filho, acusariam o Brasil de estar atentando contra a democracia, um "absurdo".


3) O Brasil seria o único empregado que abusaria do patrão (contribuíntes que pagam o seu "salário") e não prestaria contas. Pois, a cada governo, para aumentar o número de filhos, pediria aumento (via medida provisória) e seria prontamente atendido.


4) Não bastasse seu gigantesco salário, o Brasil ainda iria ao Banco (FMI) pedir empréstimo (!) e contrairia um dívida que óbviamente forçaria seu patrão a um novo aumento de salário. Daí, a dívida que Daniel reclamou.


5) Para finalizar, eis o que eu considero mais insano: O "patrão" não se revoltaria com o empregado Brasil, mas sim com o Banco! Diriam que o banco exlora seu pobre empregado e exigiriam a suspensão do pagamento da dívida.


E para não dizer que seu daqueles liberais que só criticam, darei minhas sugestões para que o nosso amadoidolatradosalvesalve saia do buraco. Com certeza, minhas sugestões nunca serão ouvidas, pois como Daniel e eu já havíamos concluído, o Brasil não tem jeito. Mas isso é conversa para outros posts.

sábado, julho 16, 2005

What am I?

Pois bem. Primeiramente. escrever "in english" no blog de um professor de inglês não é um risco que eu esteja disposto a enfrentar, sob pena de múltiplas e irrestritas correções, que certamente me envergonhariam.

Já escrever "about soccer" idem. O Eduardo me disse: "tudo menos o Inter". Tudo menos o Inter sobra pouco, pouquinho. Brincadeira... Até pode parecer, mas não é. Eu acho.

Já o sotaque britânico, idéia na qual o título do blog se inspira, isso me interessa. Inclusive não tenho vontade de fazer curso de inglês - só de "british accent". É assim, né: "accent"? Isn't?

No mais, como ninguém delimitou o tema do blog (a não ser por exclusão, como o Eduardo me disse, "tudo menos o Inter"), o pessoal estava discutindo ali no "i got a question" quem é o "Uot-a-rio": quem diz que ama ou quem ama. Acho que nenhum dos dois. Por quê?

Acho que esse nobre título está reservado para quem não percorre nenhuma das duas vias. Vá lá, mas acho que o pior que pode haver é ficar estanque naquelas plaquinhas de S.O.S da free-way, parado, estacionado, quebrado ou sei lá o quê. Convenhamos: mesmo quem está voltando da praia, mesmo emburrado, brabo, volta por alguma razão, certo? Pior é não ter razão alguma para ir - ou voltar. Não sei quem foi que disse que "muitos são os perigos dessa vida pra quem ama". Acho que foi o Vinícius de Moraes.

Isn't so? Eu acho que é.

quinta-feira, julho 14, 2005

Uot-ar-io

A idéia do blog veio de uma conversa com a Carol. A idéia do título não.
Certa vez, vi dois caras rindo de outro que havia mencionado o "sistema digestório", ao invés de "sistema digestivo". Porém, o que os "espertos" não sabiam é que o nome realmente mudou, pois atualmente "sistema digestório" é a forma correta de se referir as tripas. Obviamente a ignorância dos nossos amigos não impedia que eles gargalhassem longamente.
Daí eu pensei: quantas vezes do alto de nossa propotência não cometemos o mesmo erro do julgamento por puro preconceito? O mesmo aconteceria com alguém que ao encontrar esse blog ao acaso, olhe o título e pense: "Que idiotas! Que título americanizado". Para esse visitante eu peço que leia bem o título, capriche no sotaque britânico e pronuncie-o em voz alta repetidamente! Aí estará a verdade.

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