quinta-feira, julho 21, 2005

O "Pai-de-todos" se levanta

Eu não sou burro, mas meu raciocínio não é dos mais ágeis.

Geralmente demoram alguns minutos para processar uma informação que soou estranha na minha cabeça e rebater numa resposta a altura. Seria um péssimo político, perderia todos os debates.

Ontem tive a prova disso: Numa conversa com meu grande amigo Daniel, chegamos a conclusão que o Brasil, nos moldes em que se encontra, não tem jeito. Daniel afirmou que o estado brasileiro é como um pai de família que tem uma dívida monstruosa a pagar e, assim sendo, nunca poderia se desenvolver de maneira satisfatória.

Inconscientemente percebi algo errado na analogia, mas minha lentidão de raciocínio não permitiu que identificasse na hora qual era o problema. Algumas horas depois concluí que para fazer a analogia do Brasil como pai de família, teríamos que fazer algumas ressalvas.


1) O Brasil não teria uma família normal, com 2 ou 3 filhos. A julgar pelo número de órgãos públicos, o Brasil seria pai de mais ou menos uns 27 filhos. Com o agravante de que esses filhos nunca poderiam se emancipar (serem privatizados), visto que a sociedade acusaria o Pai de estar "vendendo" seus filhos, mesmo que esses já tivessem passado dos trinta.


2) Alguns desses filhos seriam "legítimos bastardos", visto que desviaríam descaradamente o salário (tributos) do paí em benefício próprio. E, se num momento de desespero, o pai pensasse em matar (dissolver) o próprio filho, acusariam o Brasil de estar atentando contra a democracia, um "absurdo".


3) O Brasil seria o único empregado que abusaria do patrão (contribuíntes que pagam o seu "salário") e não prestaria contas. Pois, a cada governo, para aumentar o número de filhos, pediria aumento (via medida provisória) e seria prontamente atendido.


4) Não bastasse seu gigantesco salário, o Brasil ainda iria ao Banco (FMI) pedir empréstimo (!) e contrairia um dívida que óbviamente forçaria seu patrão a um novo aumento de salário. Daí, a dívida que Daniel reclamou.


5) Para finalizar, eis o que eu considero mais insano: O "patrão" não se revoltaria com o empregado Brasil, mas sim com o Banco! Diriam que o banco exlora seu pobre empregado e exigiriam a suspensão do pagamento da dívida.


E para não dizer que seu daqueles liberais que só criticam, darei minhas sugestões para que o nosso amadoidolatradosalvesalve saia do buraco. Com certeza, minhas sugestões nunca serão ouvidas, pois como Daniel e eu já havíamos concluído, o Brasil não tem jeito. Mas isso é conversa para outros posts.

Comments:
Acho que este é o blog dos paradoxos mesmo:
Que ótimo "legítimos bastardos"...

hehehhe...

Acho que eu nunca estive tão por fora dos acontecimentos políticos do Brasil quanto estou agora, já fui mais implicada na coisa, mas hoje não. Talvez esta sensação venha de uma percepção de um grande movimento de comentários públicos sobre o que acontece hoje, e eu acho que não tô comentando muito.
Bom.. sei lá.. Tô bem braba, mas estou/sou tão egocentrada que me importo mais quando a internet lá em casa pára de funcionar.. como ontem. saco!

Beijos!
 
comentário 2:

viva a alienação!!!

hhehe...

só uns minutos e já me recupero.
 
eu entendi, guri.. só falei em paradoxo sobre a expressão "legítimos bastardos"..
beijooocas
 
Niilistas.
:)
Ou realistas?
 
Postar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?