quarta-feira, novembro 08, 2006

Coisas Modernas


Me perdoem François Lyotard, Jean Baudrillard, Juremir Machado e Tiara Vaz Ribeiro. A melhor obra escrita sobre pós-modernidade até hoje é de autoria da Islandesa Bjork.

Todas as coisas modernas
por Bjork

Todas as coisas modernas
como carros e tal
sempre existiram

Elas estavam apenas esperando em uma montanha
pelo momento certo

Ouvindo os ruidos irritantes de dinossauros e pessoas
resmungando lá fora

(em islandês)
Chaææ
ninguém acompanha mesmo
Chaææ
O sol se põe
Chaææ
Ninguém entende o meu melhor

Existe um sol quando ele
respira dentro de mim
Ele me morde
Ele me morde
Sim, ele vem junto
me segue
me conta
navega atrás de mim

Todas as coisas modernas
sempre existiram
elas estavam apenas esperando

para sair
e multiplicar-se
e tomarem conta


é a vez delas agora...

Chaææ
Ninguém vê quando ele
Chaææ
Ninguém vê quando ele
Chaææ...
vem junto
vem junto
Chææ
a ilha que eu...

sexta-feira, novembro 03, 2006

Crônica das cidades que ainda não visitei I


São Petersburgo, Rússia
Санкт-Петербу́рг, Россия

A alma da cidade é o rio, que é muitos. Pousaram-lhe mais de 40 ilhas e sobre elas construíram uma das mais belas cidades do mundo. São Petersburgo espalha-se por todo o delta do Neva, criva-lhe canais em várias direções, como fizeram os invasores da história russa, cavalgando do Ocidente para o Oriente, do Oriente para o Ocidente e acabando por confundir-se em um só povo. Sábia, dividiu em igualdade irrefutável até mesmo a própria natureza: a neve pesa-lhe durante o inverno, enquanto no verão o sol lhe faz companhia permanente nas Noites Brancas. São Petersburgo é obra de construtores franceses e italianos, mas seu espírito é da estirpe misteriosa de Dostoiévski, Gogól e Tchaikovsky. A Rússia é São Petersburgo. A “Veneza do Norte” muito mais tem em sobriedade, com aspecto resoluto e firme, diferente da irmã italiana, risonha e etérea em seu romantismo. Ambas compartilham, porém, uma aura de magia, onde o belo encontra-se a cada esquina. Em São Petersburgo, ao contrário da esquizofrenia moderna, os prédios são baixos: a própria cidade, num lamento obsequioso, pede que seja percorrida, admirada. As catedrais de contornos tártaros e cores vivas, as amplas praças, o Hermitage com seus palacetes, o Quarto de Âmbar no Palácio de Catarina, o Petrodvorets... São todos seres vivos celebrando nossa inconfundível capacidade de produzir coisas belas.

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