What are you?

Tava olhando os posts do blog desde que ele começou.

O início... Depois quando começou essa coisa do pessoal ir embora, as jantas e talicoisa. As despedidas melooosas... Haha!

Tudo. Olhei quase tudo.

Como o tempo passa, né? Dá até medo.

Que post inútil, hehehe.

Não consigo tocá-los. Minhas mãos, como que irreais, não são hábeis o bastante para disseminar o bem e punir o mal. Vivemos em um mundo de absurdos e minha própria figura é sobrenatural. Meus olhos vêem, mas não são vistos. Minha boca se abre, minha voz ecoa no espaço e no tempo, mas não sou escutado. Sou um fantasma e essa é a minha história.

Produzimos todos nossos fantasmas e, às vezes, transformamo-nos neles próprios. De tanto insistir, perseguir minhas próprias assombrações e pesadelos, tornei-me um limbo. Um vazio humano. De tanto ver, ceguei-me. De tanto gritar, emudeci. De tanto correr, petrifiquei. E sigo aqui, esperando...

E já que jamais voltarei a experimentar as sensações humanas, conservo bem guardado aquilo que me restou: dúvidas e, sobretudo, compaixão. Minha voz não ressoa, mas ainda tenho estas linhas. E seguirei aqui, no ofício mais solitário da face deste planeta, espalhando em palavras meu próprio espanto com as coisas.

Eu sou um fantasma e essas linhas são a minha voz.