quarta-feira, agosto 31, 2005

Eu Também Tenho Nojo da Direita

Eu também tenho nojo da direita. E da esquerda também. Quando se trata de política no Brasil, tenho nojo de todo mundo. O impacto da TV Câmara no meu estômago é o mesmo de um rizólis de rodoviária vencido. Mas talvez tenha mais nojo dos que se dizem “direita”. Explico: na minha opinião, a direita no Brasil trai as expectativas daqueles que esperam ver os ideais de Adam Smith and friends implantados no nosso sistema. Os únicos dois partidos que carregam assumidamente a alcunha de liberal na sigla são o PL e o PFL. O PL faz aliança com o PT (não precisa dizer mais nada) e o PFL é o partido mais oportunista do mundo, além de ser composto em sua maioria absoluta pela gangue dos triplos “C”s: conservadores-cristãos-corruptos (gosto sempre de lembrar que um liberal não é um conservador). Talvez por isso, goste menos da direita do que da esquerda (que responde por mais ou menos uns 90% do total de partidos no Brasil). Sim, ser de esquerda é pop.

Percebam que ser liberal não me credencia automaticamente a ser um ser egoísta, que despreza pobres e que sonha em viver em um iate comendo canapés, como a maioria imagina. Não. Sou liberal porque vejo que esse sistema leva os países que o aplicam aos melhores níveis de distribuição de renda do mundo. Quer mais “socialismo” que isso? Compare o Chile com a Venezuela, ou a Austália com a Coréia do Norte. Existem mil motivos que justificariam como um governo liberal faz mais justiça social que um governo de esquerda (e para aqueles que queiram se aprofundar recomendo esse texto: http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=2017). Percebo muita hostilidade no Brasil contra quem se diz liberal (o Jardel mesmo se referiu as “balelas liberais”), o que é uma pena. O texto do Fernando Pessoa postado pelo Dani ilustrou bem que é possível haver duas verdades. Talvez um dia um governo brasileiro de esquerda queime a minha língua. Por enquanto, eu só consigo observar o que existe de concreto ao meu redor e constatar, que em todos os lugares com realidades parecidas com a nossa, a filosofia socialista contribui com concentrações gigantes de renda em mãos de pessoas que não sabem governar. Ou pior ainda, pessoas que sabem que o socialismo predispõe essas concentrações e utilizam-se delas para corrupção (como é o caso do PT and friends). Até lá, eu vou sonhando com uma sociedade com menos políticos e mais administradores no comando. That’s what free countries are all about!

Comments:
É só aqui em casa, ou vocês também não conseguem ler as aspas. Todas as vezes que usei aspas nesse texto apareceram traços verticais no lugar.

Liberdade as aspas!!

Abraços
 
Respeito a sinceridade, respeito a paixão pela crença e respeito opiniões contrárias. Estamos de lados oposto, mas respeitosos e ardentemente convictos. Grande abraço!
 
Mas a verdade é que uma fonte como esta (www.midiasemmascara.org), não dá, meu caro amigo Eduardo. Simplesmente não dá. E "esquerda pop"... Também não é coerente. Mas tudo bem.
 
Ah sim, a saideira: "governo brasileiro de esquerda"?! Onde? Aqui? No Brasil? Ahhh, tá...
 
Bem observado, Jardel. Gosto desse espaço, pois proporciona uma discussão respeitosa e de alto nível. Nada mais democrático. Concordo que temos pontos de vista contrários, mas não opostos no senso de justiça.

Qual o problema do mídia sem máscara? Tu queria que eu achasse texto liberal aonde? No site do PCdoB? É o melhor lugar do Brasil pra aprender sobre liberalismo - já que as faculdades só ensinam Marxismo. Se perguntarem pra qualquer universitário se ele conhece Marx, todos conhecem. Se fizerem a mesma pergunta sobre Adam Smith, vão pensar que é vocalista de Punk Rock.

Esquerda é pop, sim senhor. Encontro camiseta, boné e cueca do Che Guevara em qualquer boteco. Já o Ludwig Von Misses não estampa nem tampa de Xarope pra tosse.

Pra finalizar, o governo Brasileiro:
*Aumentou a carga tributária
*Contratou mais funcionários públicos
*Criou uma porção de programas sociais duvidosos: - bolsa família, bolsa escola, fome zero, próuni, brasil sorridente (ai!). Só pra citar algumas pérolas da ineficácia.
*Encampou empresas privadas.

Se isso não é ser de esquerda, o que é?

Abraços
 
Primeiro: eu acho esse assunto chato. Apesar de necessário, pelo menos para sinalizar que nós, a juventude brasileira com condições de buscar as informações, não está morta.

Segundo: todos os analistas políticos e econômicos (aqueles caras normalmente de óculos, alguns de gravata borboleta, que entendem dessas coisas) dizem que mais neoliberal que o FHC, só o Lula. Então, socialismo, aqui, necas de piripitibas...

Lá na minha universidade, eu acho que conhecer mesmo, niguém conhece é nada. Mas já ouviram falar, ou leram os dois primeiros capítulos, seja do Marx, seja do Adam Smith.

Então conhecer mesmo, eu não conheço. De mim esperem, no máximo, uns pitacos de futebol, umas idéias poéticas e umas reflexões meio sem pé nem cabeça. Deixo a coisa aí para vocês.

Abraços. Saudosos, por sinal, dos dois amigos.
 
É um tanto de simplismo raciocinar que "esquerda é pop" porque ilustra bonés e cuecas. Não é a esquerda que coloca a "esquerda" nessas coisas. Parece-me evidente. Saio da discussão perguntando: nos tais "free countries", como são os programas sociais? Pra quem eles são desenvolvidos? Será mesmo necessário um "Nova Zelândia Sprridente"? A coisa começa a ficar clara quando se tem bem claro o contexto das coisas. O contexto, minha gente. O contexto. Abraço a meus amigos que, cada um das sua forma, me reforçam a idéia de que são grandes pessoas.
 
Concordo com a questão de que não é a esquerda que põe a própria esquerda nessa situação de "ícone pop".

Acho que isso acontece um pouco porque as pessoas mais novas estão ansiosas, querendo ver uma solução para suas vidas.

Os ícones de libertação que vêem é a de um Che ou de um Fidel: a "voz contra" é a destes, não a da Margareth Thatcher, que encarna um "status quo" que não está bom para ninguém, nem para quem tem de pôr cerca eletrificada em casa, nem para quem está pensando em escalá-las para conseguir o que não se consegue trabalhando.

Acho que é, sim, um pouco da questão do contexto.

A gente tem que distribuir riqueza, mas cadê a riqueza? Está mais concentrada pagando a nossa máquina estatal ou os juros da nossa dívida externa?

"Pediu emprestado, tem que pagar". Eu sei, mas vá ver o que não nos pediram emprestado e mesmo assim levaram... E até por isso, quem sabe, tivemos que pedir emprestado depois. Talvez.
 
Roubaria as palavras do primeiro comentário do Daniel pra mim. Tá. Roubei.
Beijo.
Eu tenho orgulho de vocês!!
O Eduardo até parece gente grande.
Eu que não.. mas tudo bem.
Gosto desse blog.
Beijos de novo.
 
Não existe esquerda no poder. Alguém disse isso ... acho melhor nos acostumarmos. ;) Gostei do blog.
 
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